sexta-feira, 8 de abril de 2016

POR QUE AS MULHERES SOFREM TANTO?

Algumas pessoas acabam tendo muita dificuldade em assimilar qual a influência que as gerações anteriores podem ter diante do sofrimento atual. As mulheres acabam expressando muito mais que os homens devido a todas essas influências culturais e, é claro, o ambiente atual também tem uma participação importante nestes processos.
Vou citar um trecho muito interessante do autor Ekchart Tolle que talvez esclareça um pouco essas dúvidas: “O sofrimento, em geral, tem um aspecto coletivo e um individual. O aspecto pessoal é o resíduo acumulado de problemas e sofrimentos emocionais que a própria pessoa vivenciou no passado. O aspecto coletivo é o sofrimento acumulado na própria psique da humanidade por milhares de anos, através de doenças, torturas, guerras, assassinatos, crueldades, loucuras, etc. O sofrimento de cada um de nós também participa desse sofrimento coletivo. Por exemplo, certas raças ou países, onde ocorrem formas extremas de lutas e de violência, possuem um sofrimento coletivo mais intenso do que outros. Qualquer pessoa com um forte sofrimento e sem consciência bastante para se desligar dele não só será forçada, de modo contínuo ou periódico, a reviver o sofrimento emocional, mas também pode facilmente se tornar autor ou vítima da violência.”
Carregamos uma “cultura em nossas veias” onde muitas pessoas, e principalmente as mulheres, sofreram com tamanha crueldade. Hoje a mulher quer resgatar tudo que foi tirado dela, indo em busca da sua independência, porém esquecemos que devemos enxergar além destas memórias de submissão, tortura, escravização para que estas conquistas de hoje sirvam para somar em nossa evolução e não para gerar ainda mais sofrimento dentro do corpo e da mente.
Parece algo muito distante para você? É uma realidade que parece ausente, mas está muito presente na vida de cada uma de nós, porém todos esses conflitos e todas essas memórias podem sim serem reconstruídas e vistas com outro olhar. Não precisamos passar por todos estes sofrimentos se entendermos melhor como usar a consciência a nosso fazer. Somos responsáveis pelo nosso espaço interior e o passado não consegue prevalecer contra o poder do AGORA, por isso estar presente é essencial.
É muito comum construirmos a nossa identidade em função do sofrimento, porém enquanto fizermos isto investindo cada vez mais neste sofrimento, mais o inconsciente vai sabotar a tentativa de cura. Isso acaba acontecendo porque por mais que queiramos nos manter inteiras no processo de cura se “incorporamos” o SOFRIMENTO ele já vai fazer parte de nós. Desta forma é muito mais difícil algo fluir em nossa vida se mantivermos o sofrimento aprisionado Quando percebemos que nos identificamos muito mais com o passado (SOFRIMENTO) do que com o presente (AGORA) estamos dando o primeiro passo, pois quando há consciência passamos a dar oportunidades ao corpo e a mente que antes desconheciam. Você pode até levar um choque de realidade sim quando compreender que vive muito mais tempo no passado, porém isso fará você romper com essa ligação de sofrimento e propor através de uma atenção continuada a aceitação verdadeira e consequentemente a transformação surgirá lhe trazendo muito mais entendimento e bem-estar.  

Nós, mulheres, temos um poder incrível que muitas vezes desconhecemos ou não utilizamos, e se trazemos essa cultura enraizada em nossa mente precisamos formatá-la vivendo com mais alegria a cada dia e gerando para este inconsciente coletivo (humanidade) mais amor.