Algumas pessoas acabam tendo muita dificuldade em assimilar
qual a influência que as gerações anteriores podem ter diante do sofrimento
atual. As mulheres acabam expressando muito mais que os homens devido a todas
essas influências culturais e, é claro, o ambiente atual também tem uma
participação importante nestes processos.
Vou citar um trecho muito interessante do autor Ekchart Tolle
que talvez esclareça um pouco essas dúvidas: “O sofrimento, em geral, tem um
aspecto coletivo e um individual. O aspecto pessoal é o resíduo acumulado de
problemas e sofrimentos emocionais que a própria pessoa vivenciou no passado. O
aspecto coletivo é o sofrimento acumulado na própria psique da humanidade por
milhares de anos, através de doenças, torturas, guerras, assassinatos,
crueldades, loucuras, etc. O sofrimento de cada um de nós também participa
desse sofrimento coletivo. Por exemplo, certas raças ou países, onde ocorrem
formas extremas de lutas e de violência, possuem um sofrimento coletivo mais
intenso do que outros. Qualquer pessoa com um forte sofrimento e sem consciência
bastante para se desligar dele não só será forçada, de modo contínuo ou
periódico, a reviver o sofrimento emocional, mas também pode facilmente se
tornar autor ou vítima da violência.”
Carregamos uma “cultura em nossas veias” onde muitas pessoas,
e principalmente as mulheres, sofreram com tamanha crueldade. Hoje a mulher
quer resgatar tudo que foi tirado dela, indo em busca da sua independência,
porém esquecemos que devemos enxergar além destas memórias de submissão, tortura,
escravização para que estas conquistas de hoje sirvam para somar em nossa
evolução e não para gerar ainda mais sofrimento dentro do corpo e da mente.
Parece algo muito distante para você? É uma realidade que
parece ausente, mas está muito presente na vida de cada uma de nós, porém todos
esses conflitos e todas essas memórias podem sim serem reconstruídas e vistas
com outro olhar. Não precisamos passar por todos estes sofrimentos se
entendermos melhor como usar a consciência a nosso fazer. Somos responsáveis pelo
nosso espaço interior e o passado não consegue prevalecer contra o poder do
AGORA, por isso estar presente é essencial.
É muito comum construirmos a nossa identidade em função do
sofrimento, porém enquanto fizermos isto investindo cada vez mais neste
sofrimento, mais o inconsciente vai sabotar a tentativa de cura. Isso acaba
acontecendo porque por mais que queiramos nos manter inteiras no processo de
cura se “incorporamos” o SOFRIMENTO ele já vai fazer parte de nós. Desta forma
é muito mais difícil algo fluir em nossa vida se mantivermos o sofrimento
aprisionado Quando percebemos que nos identificamos muito mais com o passado (SOFRIMENTO)
do que com o presente (AGORA) estamos dando o primeiro passo, pois quando há consciência
passamos a dar oportunidades ao corpo e a mente que antes desconheciam. Você
pode até levar um choque de realidade sim quando compreender que vive muito mais
tempo no passado, porém isso fará você romper com essa ligação de sofrimento e
propor através de uma atenção continuada a aceitação verdadeira e
consequentemente a transformação surgirá lhe trazendo muito mais entendimento e
bem-estar.
Nós, mulheres, temos um poder incrível que muitas vezes desconhecemos
ou não utilizamos, e se trazemos essa cultura enraizada em nossa mente
precisamos formatá-la vivendo com mais alegria a cada dia e gerando para este inconsciente
coletivo (humanidade) mais amor.
Que texto sensacional!!!! Assisti sua palestra hoje na Unisul e gostei muito, vim ler seus posts e esse em especial é muito bom! Gratidão é a palavra que me defini nesse momento. ✨✨✨✨
ResponderExcluirObrigada Juliana!!!Fico feliz em saber que gostou da palestra e do texto...Quanto mais entendemos os nossos processos e tudo que trazemos em nossa "bagagem" mais consciência teremos para realizarmos as mudanças necessárias para compreendermos a felicidade... Bjos
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